Francisco Borsari Netto
Engenheiro Civil Ex-Presidente da ABES-PR e integrante de seu conselho
Se observássemos que a água cobre dois terços da superfície do nosso planeta, deveríamos chamá-lo de Planeta Água.
Desse imenso volume de água apenas 2,4% é doce e 0,02% está em rios e lagos que abastecem cidades.
A água que com características e substâncias que não oferecem riscos para os seres vivos, em estado líquido, incolor, inodora e insípida é a água potável, indispensável a qualquer forma de vida.
A água, também, representa 70% da massa do corpo humano e uma pessoa pode aguentar até 30 dias sem comer, mas só quatro sem beber água.
A água que se faz presente no primeiro banho ao nascer, no batismo ao integrarmos uma religião e nas mais diversas de nossas atividades, na maioria das vezes, não está onde mais precisamos e nem sempre nas condições como dela necessitamos.
No Planeta Terra a mesma quantidade de água, acompanhando o ciclo hidrológico, é reciclada há bilhões de anos, porém com o crescimento populacional e industrial o seu consumo aumenta ano a ano.
Os lagos, córregos e rios, nos centros urbanos, são poluídos e a utilização de suas águas exigem tratamentos.
Cinquenta por cento da população nos países subdesenvolvidos, consome água poluída. Na terra pelo menos 2,2 milhões de pessoas morrem em decorrência de água contaminada e sem tratamento e existem atualmente cerca de 1,1 bilhão de pessoas que praticamente não tem acesso à água potável.
O uso de água poluída mata mais do que qualquer forma de violência, incluindo as guerras.
O maior problema da água potável é a poluição, pois os mananciais do mundo recebem diariamente milhões de toneladas de poluentes e resíduos.
Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que mais de 15 mil pessoas morrem anualmente no Brasil de diarreia, e é possível considerar que nossos recursos hídricos sofrem poluição especialmente pela falta de saneamento básico e descuido com o lixo.
Mobilização e vontade política, com investimentos maciços são determinantes para resolver esse problema que tira a vida anualmente de milhares de crianças.
Para preservar a água potável temos que difundir: que os recursos hídricos são finitos; que devemos priorizar a educação ambiental; preservar os mananciais; evitar os desperdícios e o mau uso da água potável e persistir por todos os meios que recursos públicos sejam aplicados em saneamento.
Protejamos o líquido precioso, evitando as guerras que possam ocorrer pela posse da água potável!
